Na verdade, o design adoptado cumpre funcionalidades que vão para além da estética ovular.
Quando comecei a estudar a forma de optimizar os momentos de fermentação e armazenamento, cheguei à conclusão que queria uma solução híbrida entre um sólido de revolução (cilindro) e uma forma existente na Natureza (ovo).
Essa foi a ideia original.
Para além disso, o desenvolvimento do conceito foi inspirado em secções de elipses que vão afunilando de modo a gerar um movimento natural e fluido do vinho.
Tive em consideração duas condições críticas: a ausência de “zonas mortas” e o efeito “curto circuito.”
O objectivo final foi conciliar o passado, nomeadamente as ânforas usadas pelos Gregos, Romanos, Persas e Etruscos, com linhas simples e fluidas mais modernistas, à semelhança, por exemplo, daquilo que observamos nas obras de arquitectura de Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura, ou no design Escandinavo.
Mas é importante sublinhar que, como engenheira que sou, e no produto que desenvolvi, o design terá sempre que cumprir uma – ou mais – funcionalidades.
Design sem função é apenas arte. A WiseShape é uma cuba de vinho inovadora e tem, por isso, uma utilidade.
Neste caso, o nosso objectivo é ajudar os produtores a conseguirem obter vinhos sofisticados, de gama superior e/ou de excelência.
Finalmente, gostava de sublinhar que, com o crescente desenvolvimento de negócios e unidades ligadas ao enoturismo, a estruturação e o embelezamento das adegas começa a ser uma variável a considerar.
Por isso, também aqui o design cumpre a função de corresponder à imagem voluntariamente romantizada do vinho.
Podemos, por exemplo, facilmente imaginar uma adega com um longo corredor ladeado de cubas de madeira clássicas onde, ao fundo, surge a imponente e elegante cuba WiseShape com capacidade para 3,700 litros de mosto ou vinho.
Tatiana Sá Marques | Fundadora e Gestora Executiva da WiseShape